
Antigamente jogador para ser considerado bom e selecionável tinha que jogar nos oito grandes times do Rio e São Paulo.
E burramente tinha técnico político e covarde que convocava sempre 11 de cada um desses dois estados, os donos da bola.
Por isso deixamos de ganhar algumas Copas.
Em 1966 Tostão, do Cruzeiro, e Alcindo do Grêmio, quebraram o tabu.
Hoje, desapareceu há tempos a figura do craque de clube na seleção, especialmente entre os 23 das Copas.
Antes, jogador precisava de sorte e talento, hoje de sorte, talento, empresário e mídia.
São jogadores do mundo espalhados por cantos bons e até ruins da bola.
Não têm mais identidade com o país, com este ou aquele clube onde começaram ou não.
São quase apátridas ou “mercenários amigos”, uma espécie de pistoleiros como Yul Brynner ou Steve Mc Queen em “Sete homens e um destino”.
Eles matavam a soldo, mas defendendo os pobres agricultores mexicanos do jugo da quadrilha do bandidão Calvera, o impagável Eli Wallach.
No futebol da seleção brasileira a coisa é bem parecida.
O boleirão famoso desce do avião armado até aos dentes de fama, dinheiro, talento e máscara, joga, perde, ganha, empata, não liga, sobe no avião e volta para sua fria e rica realidade.
Enquanto isso os chamados esforçados vão ralando por aqui, mas na expectativa também de arrumar um lugar na aeronave do sucesso, da fama e da fortuna.
Mas, sem mídia não dá.
Tem jogador que nem consegue falar tão esquecido que é pela grande imprensa.
Para cada 5.000 penas de Ganso ou de 5 milhões de fios de cabelo de Neymar sempre citados, sobram três palavras para Thiago Heleno, quatro para Rhodolfo e nenhuma para Durval.
Ora, Thiago Heleno do Palmeiras, que Corinthians e Cruzeiro burramente esnobaram, é o grande beque hoje do Brasil.
Rhodolfo do São Paulo também chegará à seleção.
Anooooteeeem… diria Jorge Cury, o saudoso e maravilhoso mineiro de Caxambu que enchia o rádio nas emissoras Nacional e Globo do Rio.
E o Durval?
Feio como Freddy Krueger, é a coisa mais bonita do lindo Peixe de Neymar.
O paraibano não fala, não dá entrevista, não pipoca, não tem medo de nada, corta tudo, desarma, até lança, sobe como ninguém, orienta, assusta o atacante e é a muralha da Vila com sua canhota.
O Santos já é TRI Santander da Libertadores.
Graças ao Muricy, Rafael, Arouca, Adriano Pagode e Neymar, mas o maior campeão de todos é Durval, o infalível, tímido e esquecido da Paraíba.
Já os badalados e milionários Elano e Ganso tiveram a mesma importância de Pará, Keirrison, Aranha, Jonathas Distensão, Alan Patrick e… Zé Love!
Ave, Durval!
Opine !!!
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